esperanças

Uma das melhores pessoas do mundo - (apesar de também ser um valente bastardo que quando morrer o mundo vai dizer "F$%&-$€! Ainda bem que este filho da #%&@ morreu!!) - tá bom assim para não ser demasiado fofinho? - fez com que fosse possível eu ter as notícias do país e também do mundo no meu gmail sem ter que me preocupar muito. hehe Tenho então um ardina particular que me dá uma versão lisboeta e outra tripeira do que se passa diariamente.

No pouco tempo que tenho tido para ler as gordas e algumas miúdinhas, o qual tem também que ser gerido com estas minhas entradas no blog (tenho que arranjar mais quatro horas por dia, pelo menos! Dias de 28 horas é que era!), apeteceu-me escrever sobre a Esperança.

Inspirou-me uma notícia que li sobre um assunto do qual sempre me recusei a "falar" aqui...

A Esperança é a crença mais teimosa.

... Depois do circo que foi toda aquela história, os McCann estão a negociar um filme sobre o rapto da miúda...
Mas quem é que no seu perfeito juízo vai querer voltar a bater nesta tecla?
Estou tão cansada desse assunto... adoro cinema mas duvido que tenha forças para ir ver um filme sobre o assunto.

Mas pronto... sempre ouvi dizer que "a esperança é a última a morrer"...

Nunca ninguém me mostrou uma certidão de óbito de nenhuma Esperança que eu tivesse conhecido...
Quase de certeza que, apesar de ser a última a morrer, a Esperança não fica cá sozinha quando já tudo morreu à sua frente...
Se tudo morre antes, o que é que a Esperança fica a fazer sozinha? Onanismo? Não me parece.

Presentemente, apesar da minha tenra idade, consigo imaginar e quase sentir muitas dores e muitas perdas. Principalmente aquelas pelas quais já passei e que já experienciei.
Não consigo no entanto saber como é a dor de um pai que perde assim um filho.
A verdade é que aconteceu... tal como também aconteceu a uma amiga da minha família perder um filho com 21 anos que no dia 1 apareceu pura e simplesmente morto na cama...

Aquela mãe também ainda não acredita. Mas a verdade é que enterrou o filho e pôde vê-lo inanimado e comprovar com dor e com os próprios olhos que a realidade era de facto a mais dura.

Somos assim, quando o nosso coração nos diz que o caminho só pode ser aquele e que é impossível ser de outra forma, mesmo que TUDO nos indique que NADA é como acreditamos, levamos tempo a aceitar. É um processo de cura doloroso.

OK... o filme trará dinheiro para suportar o fundo para encontrar a menina... assim seja...
Façam lá o filme... mas... será só mais um fundo para uma Esperança que já está sozinha e só teima em não morrer... (espero que tenha uma PS para se entreter a jogar o eyetoy ou o buzz... ou então gadgets marotos para desbundar a solo na imensidão da solidão.)