26 August 2008

do 'anonymousmato' para a 'ribalta'

O Diogo é um jovem que fez uma pesquisa sobre as frases do filme "Into the Wild" e o Google devolveu-lhe - entrou outras, certamente - uma entrada no meu post do dia 7 de Fevereiro sobre o filme.
E o Diogo, como é um tipo fixe (ou com tempo para dedicar as estes víciozinhos), deixou-me um comentário. :o)
E trago "a luz" a minha resposta ao Diogo...

Olá Diogo...
Adorei receber o teu comentário...
Não deixaste um contacto e por isso não tenho como te dizer em privado estas coisas que me ficaram na vontade partilhar contigo e que sairão já de seguida:

Obrigada... Diogo - MESMO!
Para além de me ter feito reler o que escrevi há meses - e que continua a fazer-me tanto ou ainda mais sentido!! - sabe bem sentir ainda que o que escrevi maioritariamente para mim, te serviu também, de alguma forma, a ti... Ou pelo menos o suficiente para te dares ao trabalho de me escrever e comentares. :o)
Por muito pequenino que seja no mar de minutos que compõe a tua vida, este breve momento que dedicaste a escrever-me fez-me ganhar o meu dia... (e acredita que isto hoje não está nada fácil! Já deito eventos nos EUA e no Hellgarve pelos olhos!)

O destino, ahhhh o destino... o destino tendo a crer que o fazemos nós... Não é assim, caro Diogo?
Parece um cliché barato não é? Que muitas coisas nem sequer dependem de nós... mas se calhar a maioria até depende, tem é que haver vontade. E eu falo, por um lado, de mãos vazias porque não tenho tudo o que quero... e por outro, de mãos cheias, porque metade do que tenho nem sequer tive que pedir... Mas também não fiquei sentadinha à espera que me viesse parar no colo...!

Um "bom" destino não vem bater-nos à porta, nem vem sentar-se no nosso colinho. Pelo menos não a todos os comuns mortais sem heranças de uma linhagem milenar de sangue azul. hehe

Vamos seguindo os caminhos que se vão abrindo e muitas vezes, sem esperarmos, quando já só temos pensamentos positivos e julgamos estar, calmamente, a passar o degrauzinho da entrada - SLAM! - a porta fecha-se e parte-nos o nariz ou entala-nos os dedinhos que - num laivo de curiosidade, força ou coragem, ousámos colocar na moldura da porta, para nos ajudar a espreitar o que nos espera afinal... e quem sabe ajudar a projectar a entrada (ou a saída, se não estivermos já num point of no return havendo ainda tempo para second thoughts esperando que as consequências e/ou danos colaterais sejam mínimos!!).
E são estas aquelas a que chamas desilusões das quais dizes já estar farto.

O que não podemos ter é uma e só uma coisa - MEDO - ou, por outra, deixar que as desilusões, as grandes e as pequenas nos façam ter medo.
Ter medo nem é assim tão mau... mal não faz, só nos torna mais cuidadosos, mas não podemos deixar que o mesmo nos prenda ao ponto de estagnarmos... como um ou dois tipos que eu conheço... e um até vive lá em casa e não é o cão nem o gato...
O McCandless não deixou o medo ser entrave no seu caminho... eu acho que não tenho muito... e tu também não tens que ter :o)

No entanto, lembra-te que o McCandless chegou ao fim com conclusões que depois nem lhe serviram de nada, pois acabou por morrer na solidão e sem ajuda...

Esta serve para ti, para mim e repito para a Pinhas, que há dias (e já parece que foram séculos!), escreveu sobre caminhar sozinha e as dificuldades em pedir ajuda: "sometimes you can't make it on your own".

Tento caminhar por vias nas quais me desembrulhe razoavelmente sozinha... Apontam-me várias vezes o dedo, chamam-me individualista e "pseudo-independente"... Mas eu sei bem que a única alminha com quem tenho que e com a qual posso contar in the end... é a minha.
No entanto, como sempre, há que equilibrar as coisas... tento não me fechar sempre só para mim. A derradeira conclusão é a mesma de sempre: Happiness is only real when shared...

É assim a condição humana... desde pequeninos que adoramos fazer graçolas que nos dão muito mais gozo quando há alguém para as ver... somos animais sociais, temos que ter interacção, assim somos... fazer o quê?
Preocupo-me é, cada vez mais, em partilhar mais com quem gosto, com quem sinto gostar de mim e com quem merece. A era de gostar de quem não gosta de nós, há que acreditar que passou. Chega de Psicologias invertidas... or whatever...
:o)
Desculpa a jorrada de palavras! E algum possível disparate e/ou Lapalissadas... mas olha, foi o que saíu!
Volta sempre...! :oD

5 comments:

Anonymous said...

De Diogo:

Obrigado pelas palavras, que nao sao nenhum disparate sao a verdade da vida, a verdade que vamos apreendendo a medida que vamos crescendo... Sou muito jovem como disseste mas... tracei os meus proprios caminhos e tomei os mais dificeis e incorrectos, digamos que adiantei demasiado rapido essa verdade, que ,como ja disse devia ser apreendida pouco a pouco e eu apreendia pouco mais de 1anos e meio... Aprendi o que era dor, amar alguém, depender de alguém, ser feliz, ser infeliz, sentir um vazio no coraçao que nos cansava ao fim do dia de tanta dor, mesmo sem nenhum exercicio fisico...
Enfim...
Bem quanto ao meu contacto ja te dei o meu space, vou.te dar o meu mail se quiseres ( diogoveiga_04@hotmail.com ), nao tenho fotolog nem, hi5 pois detesto fotos, so tenho o meu space porque comecei a sentir necessidade de partilhar e escrever a minha vida la ( embora seja pessimo a escrever, mas pronto )
Beijinhos e espero continuar a trocar conversas contigo... Gostei mesmo das tuas palavras.. =D

Pinheirinha said...

Olá!!!

Tenho um sentimento ambíguo com este filme. Ainda não o vi. Por um lado queria porque é do nosso querido Sean Penn (não há palavras para descrevr aquele homem e não estou a falar obviamente de estética), por outro, como conheço a história do McCandless, não me apetece ver porque me irrita profundamente como é que alguém pôde ser tão estúpido. Mesmo, mesmo estúpido! Se algum dia vir o filme sei que no fim vai-me dar uma raiva gigante e apetecer-me ir ao túmulo dele e dar-lhe uma carga de porrada, lol.

Apesar de não ter visto o filme, vi o trailer e a quote que aposto que mais me marcará é a: When you want something in life, you just gotta reach out and grab it! SEM MEDO! Ora isto é tudo muito bonito, mas por mais que queirámos nem sempre conseguimos fazer das nossas máximas preferidas um espelho da nossa realidade.

Eu não tenho medo, ou melhor, poucas vezes o tenho, não o ter faria de mim um ser humano muito pouco humano. Quanto ao pedir ajuda, como já sabes, só tem a ver com fraqueza ou com o que eu acho que pode ser fraqueza. Aí concordo com a quote do " I read somewhere... how important it is in life not necessarily to be strong... but to feel strong."

Ultimamente num certo assunto tenho-me sentido strong, noutro a precisar de me sentir muito mais. E neste último é que é realmente importante sentir e sê-lo. O primeiro tem a ver com a determinação que falaste noutro dia. Não sei se serei mais determinada que tu, se calhar tenho é muito menos paciência que tu, loool, e canso-me mais facilmente. Está relacionado com a inconstância do meu signo provavelmente, lol.

Happiness is only real when shared... e minha querida, sabes que mesmo a 300km não hão-de faltar momentos para partilharmos!

Comecei numa ponta, acabei na outra, nem sei se disse o que queria dizer, mas estava com saudades de falar aqui contigo! E sim, de estar contigo também :D realmente parece que já foi há séculos que estivemos juntas. O que é bom passa rápido, não é?

Beijocas grandes :)

Pinheirinha said...

Bem me parecia que me tinha esquecido de uma coisa. Relativamente ao medo fica aqui uma quote das que eu gosto, do Men in Trees: It is good to be scare, it means you still have something to loose. É bem verdade. Se temos a guarda levantada é sinal que ainda nos podem acontecer coisas boas na vida. Quando as baixarmos... está tudo perdido! :)
Aquela Marin tem sempre alguma coisa gira para dizer.

Beijos

Meia Lua said...

De coincidências é feita a vida e não é que hoje, justo hoje, cheguei do trabalho e pus-me a ver o into the wilde? Pois sim, sozinhos estamos muitos, em muitos lugares, contando somente connosco... mas sabemos que quando menos se espera, uma mão, ombro, abraço amigo chega para consolar, confortar e alegrar a nossa vida.
Contamos connosco sim, mas os outros são importantes demais para passarem por nós e não notarem que também precisamos deles....
beijinho grande da lua tb sozinha ;)

(n)Ana said...

Diogo!
:o)
Já andei a cuscar o teu "space"... Oh meu querido, eu também fui assim meio precoce como tu... Há quem diga que não me fez muito bem, mas eu acho que não me tenho saído assim tão mal! Amanhã escrevo-te um mail catita ;o)

Pinhas!
Guardo recordações mistas em relação a este filme porque, por um lado gostei muito, mas por outro lembra-me que o vi numa fase triste a qual nem merece mais referências.
O filme não é o encontro d'A VERDADE, nem tem as (re)soluções para a vida... mas é muito bom e mesmo com a raiva toda que te faz sentir a estupidez e egoísmo inconsequente do McCandless... acho que devias dar-lhe uma oportunidade :o)
Podia dizer "é só um filme"... mas neste caso é uma reconstrução... com o que isso tem de bom e de mau...
Quanto ao medo... quer-me parecer que tu és das que te safarás bem. Julgo que manténs um bom equilíbrio entre o medo e a paciência para o manter ou mandar à fava quando for preciso (?) Er...faz sentido?
Eu sou muita paciente não sou... safa... ou então burra... ainda não percebi bem :op
PS - Grava-me Men in Trees... senão tenho que sacar e não me apetece :op

Meia Lua...!
Sempre tão bem-vinda. É mesmo uma coincidência ter calhado logo hoje o dia que viste o filme que o Diogo me trouxe de novo à superfície da memória!
E sabes que hoje me lembrei de ti porque dancei um bocadinho com a Flora para a mostrar à filha de meses do nosso colega Miguel Maia, e de manhã tinha estado a reler o cartão que fala de princesas, o que enviaste com a Flora! :o)
Mil beijos. Mesmo de longe, continuo a contar contigo ;o)