21 March 2008

o raminho de oliveira

Vou agora de viagem, até tenho aqui um draft de um Post sobre a Primavera que hoje começa, mas lembrei-me e quero é escrever sobre uma das coisas que fazia com que a Páscoa não me passasse ao lado quando era pequena.

Há uma tradição na terra da minha mãe - em Trás-os-Montes (Freixiel -Vila Flor - Bragança) - que a minha mãe sempre fez questão que eu mantivesse.

Os afilhados partem um ramo de oliveira e enfeitam-no com flores, fitinhas, whatever. Depois vão a casa dos padrinhos e oferecem-no ao padrinho.
Em troca il Padrino oferece o "folar".
O folar pode ser qualquer coisa em géneros ou dinheiro. O meu padrinho dava-me sempre dinheiro, mas nunca antes de me massacrar a cabeça e de gozar imenso com o meu ramo... ou porque as flores estavam murchas, ou porque o ramo era pequeno, ou porque era raquitico, ou porque era grande demais... Aquela conversa, depois da minha dedicação, moía-me tanto que houve anos em que me lembro de chorar antes de lhe ir levar o ramo. Mas não queria fazer desfeita à minha mãe, enchia-me de coragem e enfrentava o temível Padrino.

Todos os anos a minha mãe ainda me pergunta:
"- Então, não vais levar o ramo ao padrinho?"
.
Durante uns tempos declarei sabáticas e deixei de levar o ramo (ele dava-me na mesma o folar, mais cedo ou mais tarde, ou juntava mais qualquer coisa na prenda de anos); depois recomecei. Por piada apareci lá à porta um dia com um ramo de oliveira sarrabeco todo enfeitado... foi giro vê-lo sorrir com aquilo.
Hoje já é bem diferente... já não me assustam nada as gozações do padrinho. Se for preciso meto-lhe aquela pinha grisalha debaixo de um braço e esfrego nela as mãos até ele parecer um ouriço cinzento! :op hehehe.
Agora sou eu quem goza com o tio e padrinho João Manuel. No outro dia mandou-me um request no Hi5... é um modernaço é o que é!!

"Every man dies-a; but not every man really lives-a"
"I'm gonna make you an offer you can't-a refusa"
:oD




again...
Boa Páscoa!


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