29 January 2009

divagações... here we go again...

Voltei a ter curtos estados de confusão.
Não penso assim tanto nisso porque há SEMPRE opção. E a minha é escolher não me focar muito no que me provoca essa confusão.
Ainda assim, não sou o género de pessoa que deixa passar as coisas como se nada fosse.
Quando me magoo(am), reflicto um mínimo sobre o assunto, e por vezes, quando a mágoa é provocada por terceiros e QUANDO sinto que vale a pena, tento falar do assunto.
Quando assim não é, o que pode acontecer é apetecer-me escrever por aqui coisas que ninguém vai entender e que passarão a ideia de que sou/estou meio caótica nos pensamentos.
Mas azar, a mim alivia-me e acalma-me e não é tanto na minha cabeça que há caos.
Prefiriria falar, óbvio, porque acredito que apenas esquecer e fingir que não se passou, não resolve nada e só vai fazer com que os erros e os enganos se tornem a repetir, uma vez, outra vez, outra e mais outra.
Geralmente preciso de uma causa, para perceber, para deixar as coisas minimamente claras na minha cabeça.
Não gosto de sentir que não sou eu quem controla as coisas. Ninguém gosta.

Há aquela frase simples que diz que quando se passam, repetidamente, situações que não nos agradam nas nossas vidas, a solução não é segredo nenhum e passa simplesmente por mudar a forma como estamos, repetidamente, a fazer as coisas. Parece bastante simples.
Mudar...
Mas mudar nunca foi fácil. E sábios conselhos me dizem, desde cedo, que as pessoas não mudam. Muito menos por vontade que outros têm que neles se operem mudanças. Quanto muito surte o efeito contrário. Não adianta tentar.
Pau que nasce torto...

E não me engano. Não sou tão má julgadora de carácteres quanto isso. Sei quando alguém não mudará nunca, por mais que eu até acredite que sim, que seria bom para si e para tantos outros ali à volta... e sim, para mim também. Sim porque o acto de tentar mudar alguém, mesmo que sob a desculpa do "era bom para TI se mudasses", não passa de um acto meramente egoísta. Se eu quisesse que alguém mudasse, se eu acreditasse que era possível, era simplesmente para que a mudança me favorecesse também a mim, às minhas vontades.

Não sou eu quem manda. Há um "ninguém manda" camuflado. Alguém manda, não sou eu. Isso já percebi. Eu complico, eu sinto, eu sou muito transparente e humana demais. Eu sofro e eu doo. Eu não sou fria e não gosto de usar e gozar os outros. Eu dedico-me quando realmente gosto. Eu amo.
Também não quero mudar ninguém a não ser eu mesma. Porque claramente, sou eu quem deve estar mal.
Porque hoje em dia, é normal as pessoas serem e estarem mais vazias. Viverem o agora sem pensar no amanhã só porque é divertido e porque as carências de hoje é que são emergentes. Mais viradas para o exterior, para o consumo rápido e consequente esquecimento. Conseguir tudo rápido, para o usa-e-deita-fora. Não estão habituadas a ser amadas, parece que dá trabalho, não sabem sequer o que isso é, fecham a porta. Se recebem sem pedir, estranham. Preferem manter distância... Ou talvez aproveitem o que lhes é dado para dar a outros. Ao menos não se perdia na totalidade, no meio de tantos desencontros.
Sei lá. Parece que tudo é normal. Tudo escapa... ou sei lá... Já divago, estou cansada, triste e finalmente o sono apodera-se de mim.

Fico triste. É só isso. Revoltada quase... quando penso que me enganaram e percebo que era eu quem me estava a enganar a mim mesma. Porque de facto perdi a coragem de pedir seja o que for. Porque achava que não é sequer preciso pedir... se alguém quer dar, simplesmente dá.

E não era pedir muito. Ou talvez fosse. Pouco para 'mim', deve ser demais para 'ti' e vice-versa, conforme dá jeito e conforme a situação. E assim nos desentendemos.
Não sou eu quem "comanda".
Pressa. Tsc. Sei lá. Pensei que pelo menos ia ter um momento sossegado por iniciativa minha e sem pressas. Mas quando a iniciativa é minha parece que há sempre alguma coisa maior à espera. Não saber o que é também me lixa. Os mistérios são sempre devastadores.

Engraçado quando mandamos uma piada inocente, até estúpida e improvável para o ar, e de repente quando revemos as reacções... percebemos que talvez não fosse assim tão estúpido after all.
Não sei, demasiado cansaço.

Que burra eu sou... palerma, parola, tola, estúpida, e muitas outras coisas semelhantes, mas ainda assim, sou bem mais que "apenas isso". Mereço mais.
Tinha decidido que esta ia ser uma semana difícil mas boa, vou manter a decisão. O mais difícil até julgo que já passou. E pelo menos o Kiko está melhor e sem ferros mutantes na pata.

4 comments:

Anonymous said...

Quase que poderia escrever-te uma carta das antigas a rebater ou a sublinhar todo esse desabafo.

Mas quero deixar aqui duas observações apenas:

As pessoas podem mudar. Mudam poucas coisas e mudam ao longo de um espaço de tempo alargado, mas mudam. Contudo, essa mudança não é observável. Normalmente, ninguém se apercebe a não ser que conviva muito tempo com alguém e, por vezes, acaba por ser tão natural que parece que sempre foi assim.

Agora, há certos pilares da personalidade que não mudam. Podem ser mascarados, mas não mudam. O que deves perguntar a ti própria é se preferes com ou sem máscara ou, melhor ainda, se a máscara cair, se consegues "conviver" com o que sobra.

E não te iludas que qualquer relação implica a utilização de uma máscara, para harmonizar os aspectos mais dissonantes. O ideal, nessa relação, é que a máscara se entranhe tanto na pele que passe a ser parte de nós.

Ainda assim, essa hibridização só funciona se for cada um a colocar a sua própria máscara. Se fores tu a forçar a máscara sobre alguém, ela não cola, será sempre um corpo estranho que vai ser repelido mais cedo ou mais tarde.

Quanto ao te dizeres egoísta por quereres que alguém mude... enfim, porque não chamar-lhe altruísmo? Se tu acreditas que é para melhor, então está à mesma distância que o egoísmo e ambos se anulam...

A segunda coisa, é o comentário à parvoíce auto-flageladora: "Que burra eu sou... palerma, parola, tola, estúpida, e muitas outras coisas semelhantes, mas ainda assim, sou bem mais que "apenas isso". Mereço mais."

Pois mereces. E agora? Vais limitar-te a carregar repetidamente no botão vermelho que tens aí no fundo da página? Por mais divertido e anestesiante que isso seja? :)))) beijinho grande

Gelo
tcharan Life's a joke
tcharan Let's all laugh
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isto é viciante...

Anonymous said...

A paciência é amarga, mas o seu fruto é doce... Rousseau.

Anonymous said...

A paciência é amarga, mas o seu fruto é doce... Rousseau

(n)Ana said...

Gelo...
Obrigada pelo teu comment. Fico honrada. Muito honrada mesmo por tamanha resposta, tanto em extensão e tempo dedicado como em conteúdo e profundidade. Obrigada mesmo, aqui do coração <3

Ah!
Ia adorar receber uma carta tua! "Snail mail" still rocks my soul.
Beijo

Anonymous
Um anónimo é já por si um enigma ou um mistério, se assim se preferir dizer.
Sou uma pessoa paciente q.b., mas já não sei se a paciência me leva a algum lado em determinados casos e assuntos na vida.

De qualquer forma é uma frase sábia e apaziguadora de qualquer pressa que eu pudesse ter. Servirá para me recordar dela no futuro. Para já estou tranquila... sem pressas. ESTOU efectivamente... não ando a pairar. :o)
Obrigada pelo teu comment, anonymous.