Eu passei e tu estavas sentado na estátua a falar ao telefone... quando te vi e tu me viste, nem me disseste nada, falaste para o telefone: "Está aqui a Nana! Estás a ver o que te dizia?", e de imediato passaste-me o telefone. Estavas a falar com o Mano Pedro (um dos gémeos de X-Acto... há quanto tempo!).
Falei um pouco com o Pedro e ainda deu para me rir um bocado e saber notícias de toda a gente.
Desligámos e tu disseste-me que o facto de eu ter aparecido foi mesmo engraçado porque estavam a falar de felizes coincidências...
Pareceste-me diferente, mas um diferente bom, pareceste-me feliz e disposto a fazer alguma espécie de recomeço.
Tinha ouvido dizer que tinhas andado numa onda má mas que tudo estava a passar... e de facto era isso que eu estava naquele momento a comprovar.
Voltámos a trocar números de telefone porque querias que o teu grupo de Capoeira fizesse uma demonstração no sitío onde eu estava a trabalhar e até me lembro que disseste que não queriam dinheiro.
Beijinho, beijinho, abraço... "até breve"... um breve que acabou por ser um nunca mais...
Depois da fase de incredulidade... chegam a mim as memórias, as recordações de ti, de toda a gente... das matinés no Ritz Club, do Hardcore, da Cena, de X-Acto, Sannyasin... tempos idos que nunca mais voltarão.
Não consigo deixar de pensar no que te pôde ter levado a isto.
Espero que encontres finalmente a paz que não conseguiste encontrar entre nós.
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