14 November 2008

gasp 2 the gap

Não sei como é que o universo torna isto possível. Há gente que eu aposto que conseguia contrariar leis absolutas como a da gravidade ou a força centrífuga, por exemplo.
Eu sei que os pesos caem atraídos para o centro da Terra... e que quando giro com força no carrossel ou naquele baloiço redondo do parque infantil, quanto mais aquilo gira mais sou expelida para longe do centro da traquitana giratória... mas eu sei lá. Há coisas que, mesmo dadas como certas... nunca se sabe!!

...Parece que mesmo quando faço tudo "mais bem que mal"... não vale de nada. Continuo a fazer tudo mal, mesmo quando me esforço e estou convencidissíma de que estou a fazer bem e que DESTA VEZ haverá motivo para orgulho.
Quando faço bem... a recompensa é um: "não penses que fazes mais do que a tua obrigação"... Ou um: "ora, quem tem a ganhar com isso és só tu..."

E sempre foi assim.
Mais convencida de que sou incapaz e que sou fraca do que o contrário... Nunca percebi muito bem como é essa psicologia invertida de me tentar convencer de que não consigo... seríamos todos bem mais felizes se fossemos mais positivos e se confiássemos uns nos outros, inter e auto-convencendo-nos de que somos capazes. Incentivando, motivando...
Mas não... é sempre a futurologia do negativismo, a catástrofe, a desgraça, o 'tuguismo', o temível e terrível desconhecido; aquele que nos vai esmagar se não formos atentos, fortes e sobretudo muito, muito poupados.
Ao ouvir-te (vos) tenho dois trabalhos. O primeiro, que era escusado, é filtrar e esquecer a porcaria toda que me dizem e voltar a convencer-me de que sou capaz, o segundo é fazer e concretizar. O primeiro cansa-me ao ponto de nem querer ter um terceiro, o qual seria mostrar-te (vos) que não era bicho nenhum de sete cabeças e afinal até consigo... sem ser aquele esforço hercúleo com o qual me amedrontavam... mas também... para quê? Para quê esfregar a glória nas vossas caras...? Para apanhar com mais um "não fazes mais do que a tua obrigação"...? Pfff... nem vale o esforço.

"Desta vez paguei aquilo com antecedência..."
"Este ano fui lá mais cedo... para não haver mesmo chatice e não ter que esperar por vaga mais tarde ou ter que pagar multa."
"Já tratei disso... antes que o prazo prescrevesse..."

- Não estejas a sorrir por isso, o bem é para ti, e não fizeste mais do que a tua obrigação. A vida está difícil, não penses que blá blá blá blá...


E é por isso que "falo pouco". Pois falo... porque se falo, mesmo que pouco, não sei como faço mas acaba sempre por ser demais. Culmino sempre por perceber que tudo o que previa ou que pensava que andava a fazer bem, está errado, está mal feito, está atrasado... ou não é mais do que a minha obrigação. Se calhar havia menos stress se fosse e fizesse como o outro que se fecha no quarto a ouvir música deprimente e esquece que lá fora há mundo... e gente... e vida... e que há que fazer "alguma coisa" porque para sobreviver não basta existir... e subsistir apenas não nos realiza... e que a revolta contra o sistema, geralmente, não leva a nada mais do que infelicidade e exclusão...
E fecha-se no quarto, auto-excluí-se antes que o excluam... e fecha-se em si mesmo... e o tempo passou e passa e calculo que se tenha perdido a "dançar na mayonnaise", num mundo só seu, protegido por uma parede de arrogância extrema, e onde não deixa ninguém entrar, e que não responde a abanões, que não reage a "tuguismos" ou a perguntas tipo "mas o que queres fazer afinal da tua vida, João Miguel?".
Apesar de, frequentemente, só me apetecer dar-lhe pontapés (com muita força) na cabeça, tenho momentos, às vezes, em que, no fundo, até o compreendo.

E será também isto Amor?
Deve ser. Sinto-me tão baralhada que só pode ser um desses sentimentos marados e impossíveis de explicar.
Confesso que já nem faço ideia do que é isso do Amor. Este "annus horribilis" sentimental encarregou-se de me fazer um self-reboot ao sistema que me geria essas coisas e pôr outras coisas na "panela", alterou-me aqui a receita. Ainda não sei, acho que estou a aprender tudo de novo.

Portanto, tanto quanto sei, a única explicação que tenho é que esta gente deve amar(-me) tanto que me baralha.

(ufa! isto de escrever alivia mesmo...! *suspiro*)

2 comments:

Anonymous said...

Eu amo-te! Tanto tanto qu'eu sei lá! E lembra-te que os melhores, os mais fortes são sempre submetidos aos testes mais exigentes... e so far so good! Até te tens safado bem miúda!

Beijos!

Mana C

(n)Ana said...

:oD
Até...!
Beijinhos!

... obrigada :o)
Love you too. :oD