17 July 2007

Muito cultural... sei lá!

Uma ida ao teatro na semana passada e um concerto no Domingo.

O Teatro foi melhor do que esperava, confesso!

O concerto esteve à altura das expectativas. Acho que nunca ouvi/vi a palavra "fuck" sair TANTA VEZ da boca de uma menina com uma voz e presença aparentemente tão angelicais... hehehe
As francesas são umas marotas...! & Nouvelle Vague rules...

E ainda por cima num espaço assaz familiar... onde inclusivé já desci em rappel a parede onde estava o palco hehe

3 comments:

Mary Zoelae said...

o concerto foi tããããooooo BOOOMMMM! c' est magnific! super!!

(n)Ana said...

yeap! e a companhia foi o melhor :oD

Anonymous said...

GARE DO ORIENTE

A Karenina matou-se. Anónima,
Entre uma multidão anónima,
Numa estação de comboio qualquer,
Às tantas horas do dia tal,
Matou-se -
E não foi notícia de jornal.

Febril de ciúmes, enferma de solidão, matou-se
A Karenina sem saída e sem solução,
Sem uma mão que lhe pudessem dar,
Não porque não a quisessem dar,
Mas porque ela já não queria -
Não queria querer a Karenina.

Matou-se porque assim tinha de ser,
Matou-se porque sim, matou-se porque não
Mas nunca porque Se ou porque talvez.

E por isso e por muito mais
A Karenina há-de estar a esta hora a morrer
Às mãos de outro leitor qualquer
Talvez resignado ao curso incontrolável dos acontecimentos.]
E assim será até ao fim dos tempos-
Até ao fim dos tempos
A Karenina morrerá repetidamente da mesma forma
A páginas tantas diante do leitor impotente
Perante o inevitável que se desenrola
Com uma lógica e precisão implacáveis.

Era linda? Matou-se. Era inteligente? Matou-se.
Era rica? Matou-se. E ponto final acabou-se

Depois, na continuidade disto e para além disto
O dia nasce radiante,
E os comboios partem da grande gare cheios de gente
Que leva sonhos que leva esperanças
Já por fora do romance.

E alguns vão com as caras estampadas
De encontra os vidros das janelas,
Talvez porque saibam que é impossível perder o comboio]
E ficar irremediavelmente para trás
Irremediavelmente sós e para trás -
E é como se ouvisse uma música de fim de filme
Por sobre tudo isto
E me sentisse cada vez mais longe,
Longe, num suave e doce abandono.

Nano.

Beijo nina nana