27 June 2010

Equilibrium - q.b.

Andamos há mais de 2000 anos a procurar. Ou pelo menos a maioria de "nós".
Mais de 2000 anos a tentar perceber como fazer para nos realizarmos mais na vida; a perceber porque aqui estamos e porque queremos sentir-nos nessa realização, individualmente e em "equipa" (chamemos-lhe assim para ser mais lato).

Mais de 2000 anos a errar porque somos naturalmente "não-ensinados" e não sabemos, portanto, como agir perfeitamente em todas as situações. E o que é, sequer, agir de forma perfeita?

Mais de 2000 anos em busca de conhecimento, sempre por base nada mais do que a tentativa-erro.

Ainda assim repetimos erros. Over and Over...

Um amigo dizia ontem qualquer coisa como: "Sim, cometemos erros e faz parte. Hiroshima e Nagasaki - que, claramente foram errantes e momentos pouco felizes da História - foram, no entanto, importantes, pois sem estes (e outros), se calhar não teriamos hoje energia nuclear... e ter-se-iam-se perdido, muito provavelmente, os génios que ajudaram a descobrir e criar algo que depois acabou por ser mal utilizado. A culpa não pode ser-lhes atribuída... provavelmente quando fizeram descobertas e criaram, não terá sido com essa intenção/finalidade."

Equilibrio.

Tudo o que devemos procurar é Equilibrio. Nem mais, nem menos. A porção exacta e certa... para nós, para quem gostamos. Tolerando e encaixando.

Tomando como exemplo de análise, o nuclear, se o calor emitido for convertido em energia eléctrica, temos um resultado equilibrado e controlado por centrais e reactores, mas se, por outro lado, perdermos o equilibrio, a mesma energia pode ser usada descontroladamente e gerar resultados devastadores, idênticos aos da bomba atómica.

Será necessário equilibrar o mal com o bem? Sacrificar o bem pelo mal?

Marie Curie, como estudámos em História, descobriu a radiação ionizante, mas não sem sofrer de envenenamento radioactivo... sofreu e morreu de leucemia. Terá valido a pena? O que tirámos do que ela descobriu vale o seu sofrimento enquanto o descobriu? As inflamações nas suas mãos causadas por manipulação de materiais radioactivos?

E estas mentes queriam descobrir sempre mais e era nisso que baseavam a sua realização e existência.

Onde está o equilibrio?

- Se temos dinheiro a menos mal sobrevivemos... se temos dinheiro a mais ficamos avaros, cheios de soberba e corrompidos.
- Amor a menos não chega ... amor em demasia sufoca.
- Ser vagaroso, não é perfeccionismo, é preguiça... ser rápido demais é ser apressado e imperfeito.
- Se fala muito é tagarela e carente, quer toda a atenção para si... se fala pouco, é impenetrável, autómato, insensível ou anti-social.
- Se é muito ambicioso, é prepotente, maquiavélico e conflituoso... se não tem ambição, é parasita, acomodado e um fardo.
- Se diz o que pensa sem filtros, é insensível, anárquico e associal... se omite tudo o que pensa é totó, infeliz, sozinho e de outra forma, também associal.
- Paixão é exagero... Fuga é desprezo, abandono.
- Caminhadas curtinhas não satisfazem, não completam... caminhadas longas demais cansam, fatigam, molestam.
- Se é nervoso, explode, é histérico, espalha o pânico e o caos, exagera... se é calmo demais, é muito sério ou apático, implode sem manifestação externa, ninguém o lê, é desprovido de emoção.
- Se opina, tem a mania, é invejoso ou controlador... se "come e cala" é nabo e não tem personalidade.

Lutamos por poder. Em conjunto, não sabemos ser humildes, cada vez menos fazemos "fretes", entramos constantemente em conflito de prioridades.
Os ritmos aceleram. O tempo é sempre pouco, mas antagonicamente, é também reparador.
Um filho é pouco, três já serão demais?
A rotina cansa... o original é excêntrico e fora do comum!
O temporário é inseguro. O "todo o sempre" assusta.
A ausência de exercício físico é preguiça e sedentarismo... o excesso é imoderação, doença, vício, anemia, hipoxia, mania e outras coisas acabadas em "ia".

Os extremos nunca foram pontos de equilibrio. É por isso que são extremos...! :op [Jacques de la Palisse?? :o) ]
Os extremos desequilibram e aumentam a imperfeição.
Apoiados em extremos, a sós ou em conjunto, dificilmente conseguiremos manter ligações duradouras e saudáveis, quer com o nosso íntimo quer com quem amamos e nos rodeia.

Equilibrio.

Aquele ponto "ali". (sem cola!)
Será ele assim tão difícil de encontrar e de alcançar?

2 comments:

Anonymous said...

como os extremos invariavelmente acabam por se tocar, o equilíbrio é uma coisa dinâmica. O equilíbrio estático é uma utopia.

(n)Ana said...

Não tem que ser estático... tem que ser... equilibrado :op
O ponto de equilibrio pode mudar, mas se for num extremo... só com contra-pesos! :o)