23 April 2010

Os 30

30 anoooooooos!

Granda cena! Saí dos intes e entrei nos intas! E...

... não sinto nada de diferente! :o)

Ou talvez até sinta...
Na altura dos meus anos tenho mais vontade de fazer resoluções e tomar decisões importantes do que, tal como a maioria das pessoas, resolve fazer no virar do ano cívil.
Acreditam mesmo que o seu mundo vai mudar e que a atitude vai ser outra para biliões de pessoas.
Cada um tem o seu ritmo e o meu tempo de reflexão tem mais a ver com o dia em que nasci do que com o dia em que o ano muda. O ano civil muda para todos... o meu dia é mais só meu (e das pessoas que nasceram no mesmo dia, claro, duh).

Não sou portanto adepta do "Ano Novo, Vida Nova", sou mais adepta de repensar as asneiras (ou coisas boas) que fazemos naquele ano da nossa vida, repensar os erros para não repetir (ou as coisas boas para tornar a visitar) no próximo. Os meus 29... Christ, podia escrever o livro do "What not to do". Bom, talvez não tenha sido assim tão mau, estou aqui e pronta para mais!
Mas foram uns 29 impactantes, intensos e cresci mais no último ano do que nos últimos... 4 ou 5?
E agora os 30...! Todos dizem que são os melhores...
Pode ser a nostalgia de nunca mais poderem voltar atrás e fazer coisas que não fizeram quando era tempo... (também tenho algumas dessas mas nem sequer posso dizer que a culpa é inteiramente minha... até porque não é mesmo)... ou então não sei porque o dizem. Talvez por ser supostamente a fase em que somos mais autónomos.
Julgo que quem vive a vida aceitando-a como é, não tem que lamentar o facto de estar a envelhecer.
Cada dia que passa é mais um para o envelhecimento, mas isso não é novidade nenhuma e é assim com todos.

Então, agora mesmo que nesta hora (13:45, hora do meu nascimento) faço os 30, vou recorrer de novo ao "meu amigo" Paulo Coelho, nomeadamente ao Guerreiro da Luz, para de forma subtil e para mim, libertadora, dar a razão de uma das minhas resoluções.
Uma das mais difíceis porque se trata do desprendimento efectivo, o desapego, a renúncia, libertação, o desatar dos nós, o desenlace, o soltar... de algo que faz parte de mim há muitos, muitos anos (e por isso continuará a fazer, ainda que, espero eu, muito à distância ou a uma distãncia a que se gosta de chamar "saudável").
Mesmo ligações profundas por vezes nos falham e quantas vezes por "pequenos pormenores" ou falhas. E pior... tenho que admitir que antes também eu errei. E muito. E o meu erro como tantos outos cometem, foi "não fazer nada".
Agora entendo bem melhor quando se diz que nos arrependemos mais do que não fazemos.

Ainda assim, perdoo demais e perdooei mais desta vez, no entanto esquecer é difícil quando a falha vem de alguém de quem não a esperávamos, é quase impossível. Assim sendo aqui fica o ensinamento sobre os "por(maiores)" aos quais por vezes temos que nos agarrar para aprender a lição e seguir em frente:

"O Guerreiro da Luz presta atenção às pequenas coisas, porque elas podem perturbar muito.

Um espinho, por menor que seja, faz o viajante interromper o seu passo. Uma pequena e invisível célula pode destruir um organismo sadio. A lembrança de um instante de medo no passado faz a cobardia voltar a cada nova manhã. Uma fracção de segundo abre guarda para o golpe fatal do inimigo.

O Guerreiro está atento às pequenas coisas. Às vezes é duro consigo mesmo, mas prefere agir dessa maneira.

'O diabo mora nos detalhes', diz um velho provérbio da Tradição."

Nada, nenhuma dor podemos sentir pelo(s) outro(s).
Disse-me há dias a minha mãe que "Há duas coisas que não têm peso nem medida em nenhum lugar da Terra: o Amor e a Dor".

Há falhas que por muito que tentemos entender tal qual aqueles que não a vêem como tal (por estarem extasiados ou distraídos naquele momento), não conseguimos. A dor (uma das duas coisas que não têm peso nem medida) não passa logo assim. Vamos querendo encontrar porquês, e vamos continuar a ver ali a falha, como quebra, como omissão, como erro, como mágoa e é tão transparente aos nossos olhos e possivelmente, por mais que o expliquemos, tão inexistente, insignificante e ignorável aos olhos do outro.
Por isso nos espezinhamos tantas vezes "sem querer" uns aos outros.

Poucas coisas para mim são imperdoáveis e perdooei tudo. Mas é a estas falhas que me agarro, que tenho que me agarrar porque, posso já ter feito muitas asneiras (chama-se tamnbém a isso, para nós, humanos - VIVER) mas há coisas que arrisco dizer que nunca faria, principalmente a quem amo ou amei.

E tenho que deixar mais um Guerreiro da Luz, prometendo que tento calar-me com ele durante uns tempos.

"Os amigos do Guerreiro da Luz perguntam de onde vem a sua energia. Ele diz: "do inimigo oculto".

Os amigos perguntam: "Quem é?"

O Guerreiro responde: "Alguém que não podemos ferir"

Pode ser um menino que o derrotou numa briga de infância, a namorada que o deixou aos onze anos, o professor que lhe chamava burro.
Quando está cansado, o Guerreiro lembra-se que ainda não viu a sua coragem.

Não pensa em vingança, porque o inimigo oculto já não faz parte da sua história. Pensa apenas em melhorar a sua habillidade, para que os seus feitos corram mundo e cheguem aos ouvidos de quem o magoou no passado.

A dor de ontem é a força do Guerreiro da Luz."

Aos 30 já aprendi muita coisa. Sei de muita gente que com mais idade não sabe nem metade... mas também nem precisa. Ignorance is bliss... sempre ouvi dizer. Hei-de aprender muito mais durante os próximos 30. No entanto há erros que não quero repetir e coisas que não permitirei que me voltem a fazer, não me vou "pôr a jeito", não posso... for as long as I live.

Venham os próximos 30! :o)

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