24 May 2011

Finalmente vi

E gostei!

Infelizmente toda aquela sujeita politica fez-me lembrar de como as coisas devem estar bem parecidas em várias instâncias até mesmo aqui, no país à beira mar plantado.
Aqui e em tantos outros sistemas já completamente viciados e corrompidos por esta Europa e mundo fora.
É um pouco desolador sentir que há gente assim a decidir por nós sem conseguirmos fazer grande coisa.



23 May 2011

Macaquinho à Porta?


"Xô Portas, tem aí uma macaca na narina... venha cá que eu tiro."

Anda cá riqueza!


"Toma lá uma veijoca!"

Pela cara dele vê-se que adorou.
Aposto que a senhora lhe estava a dizer coisas marotas ao ouvido...


"Hey! High-five! Acabaram-se as beijocas!"

19 May 2011

Mummy, where do old space shuttles go?

Num momento de pausa (sim! que isto não é uma sweat shop... há uns que vão fumar ou beber café, outros há que se entretêm com outras coisas... :o)) resolvi ouvir uma TED talk para a qual escolhi o tema da 'motivação' (é sempre útil ouvir o que os outros têm a dizer sobre e as mézinhas para a chamar quando anda meio fugida...).

Mas a certa altura vi algures um link onde dizia que podiamos ver naquele instante em directo, alguns membros da tripulação da Endeavour a responder a perguntas feitas online.
Acabei por clicar no link e estive a ouvir e a espreitar de vez em quando estes senhores:


Foi engraçado vê-los sem gravidade a responder a perguntas, entre as quais uma dirigida ao astronauta Mark Kelly, cuja mulher - Gabrielle Giffords - uma congressista que não escapou a uma bala mas sobreviveu a um atentado, no qual foi baleada na cabeça, em Janeiro (no Tucson), será hoje submetida a uma operação ao cérebro após uma craniotomia (que deu ao seu cérebro a possibilidade de inchar - devido ao ferimento da bala - sem criar uma pressão dentro do craneo que lhe seria mortal) incrível! Anyway, Kelly estava calmo e confiante e mostrou até a aliança da esposa que traz consigo ao pescoço.

Engraçado pensar nestas vidas, tão diferentes da minha. E depois vi que uma senhora viu e registou o lançamento da Endeavour de um avião (depois twittou isto e de repente virou quase celebridade)
E ao ler mais sobre a Endeavour percebi que está à beira da "reforma". Tal como a Discovery, que fez a sua última missão em Março deste ano, esta nave espacial vai deixar de estar operacional.

E surgiu-me a pergunta... O que fazem com estes enormes "veículos" do espaço?

Parece que a Nasa andou a indagar o que poderia ser feito com estas "belezas" quando se coneçou a pensar que era a hora de as tirar de "circulação". A verdade é que de facto, são grandiosas demais para ornamentos de jardim... pelo que rapidamente se chegou à conclusão de que a melhor solução é mesmo expôr em museus. Quando for grande e for aos EUA... hei-de visitar uma.



18 May 2011

Go Go UBER!

Por mais de 14 anos este "ranhoso” (by Uber) esteve na "wall" das Amoreiras quase intocável.

Este ano, algures em Fevereiro/Março sofreu um "cross" mas foi agora submetido a um "repaint".

O “Ranhoso” original

O “Ranhoso” v2.1 - Updated

Uber pintou a cara deste miúdo há mais de 14 anos na Wall das Amoreiras. Muita gente pintou nest

e muro, mas sempre o "ranhoso" foi respeitado e sempre algum sentimento especial

reinou à volta deste graffiti, bem como do seu writer.


Sofreu um cross e foi substituído por um throw-up! ;(
Depois disso, outros writters visitaram o spot… normal.As pinturas não duram para sempre… é sabido, e por isso mesmo é que se tiram fotos!
Mas nos últimos 2 anos tem-se perdido parte desta cultura e muitos walls foram limpos.... …. Ice-Tea, Abraço, BAIRRO ALTO….. e…… “o Ranhoso”.
Para muitos esta obra estava parada no tempo. Cross overs até se compreendem... no Bombing ou até nos Fame Walls... e são tão diferentes. Mas num wall como o das Amoreiras se vais pintar por cima, tens mesmo que fazer bem MELHOR e MAIOR!
We made our tribute…..
“O RANHOSO” v.2.1

E o melhor de tudo foi, enquanto repintávamos o "ranhoso" as pessoas comuns aproximavam-se e manifestavam contentamento pois já sentiam falta daquele "miúdo" naquela parede. O ranhoso estava lá, não apenas para a comunidade do graffiti mas para toda a cidade quaso como um ... SÍMBOLO!

RANHOSOS E O QUE SOMOS! ;)

Respect History and ……
Make it Real ….. MAKE IT ALIVE.

BIG BIG UP

ARM we ARE

17 May 2011

Recovery tour

It's a struggle... yeap.

11 May 2011

Tenho pena

Vi por lá muitos filmes e na altura do 2º ano da Faculdade vi até mais do que queria numa das salas. Engraçado, ainda há dias relembrei esse parvo episódio.

Cinemas do Saldanha Residence fecharam

As quatro salas de cinema do shopping Saldanha Residence, no centro de Lisboa, fecharam este mês, anunciou a Medeia Filmes.
Em comunicado, a empresa diz que “face ao actual panorama da distribuição e exibição, marcado pelas inegáveis desigualdades estimuladas pelos grandes grupos, a Medeia Filmes tomou a decisão difícil de encerrar as quatro salas de cinema”.

Segundo a nota, o encerramento marca “um novo ciclo na programação e exibição dos Cinemas Medeia, pautado por um reforço na aposta de qualidade no cinema independente e nas cinematografias menos divulgadas no nosso país”.

A empresa vai manter as salas no vizinho shopping Monumental, bem como os cinemas King, Fonte Nova e Nimas.

10 May 2011

A mulher que só tem gémeos

in, Revista Sábado



Há quem estrangule os gémeos e os atire ao rio, para que as águas levem o azar para longe; alguns matam apenas o segundo bebé a nascer; os mais radicais acabam com as duas vidas à nascença; e outros, envergonhados por assassinarem os próprios filhos, agora que a tradição começa a cair em desuso, alimentam-nos com excrementos de animais, que lhes provocam mortes lentas e dolorosas. Gladys Bulinya preferiu criá-los. Tem 35 anos e seis pares de filhos gémeos. Em Nzoia, aldeia no Noroeste do Quénia, a 385 quilómetros de Nairobi, ninguém lhe dirige a palavra e os que o fazem é para lhe chamarem bruxa ou “mama mapacha” (“mãe de gémeos”, em suaíli).

Para os bukusu, tribo maioritária no Quénia a que Gladys pertence, o nascimento de gémeos é uma maldição que traz desgraça e morte à família. Durante séculos, os bebés foram assassinados às claras. Hoje, garantem os bukusu, a tradição já não é levada à letra. “Sabem que é um crime, daí dizerem que já não acontece. Mas a comunidade é tão remota e vive tão afastada de qualquer autoridade que é impossível saber se os matam ou não”, diz à SÁBADO Joana Socías, correspondente do El Mundo em Nairobi.

Depois de ver a história de Gladys na BBC, a espanhola foi à aldeia entrevistá-la. Além dos seis filhos da mulher, com estômagos inchados pela má nutrição, não viu um único par de gémeos. Mas testemunhou a hostilidade com que a mulher e os filhos são tratados: “Ninguém se aproxima da casa, uma barraca modesta de argila, nem lhe dirige a palavra. A única pessoa que lhe falou enquanto lá estive foi um tio, para lhe dizer que ela era a vergonha da comunidade.”


É assim desde que John e James nasceram, em 1993. Gladys tinha 16 anos e andava na escola quando engravidou. No dia do parto, mal viu que, em vez de um, tinha dois bebés, o namorado desapareceu. Com medo que lhe matassem os filhos e sabendo que não podia voltar para casa dos pais – “a minha cultura não me permitia fazê-lo com gémeos” –, Gladys deixou-os no hospital.

De volta à casa paterna, foi enviada para uma aldeia vizinha, para trabalhar como criada. Conheceu o marido, David Chesoli, e casou, em 1998. Tudo parecia correr bem (até com os gémeos, adoptados pelo avô paterno, que, por ser de outra tribo, achava um disparate a ideia da maldição).

Mas Gladys – que hoje sabe sofrer de uma condição que leva os seus ovários a produzirem e libertarem sempre dois óvulos de cada vez (“Acho que não é grave”) – engravidou de novo. No dia em que Duncan e Dennis nasceram, foi expulsa pelos sogros. “Disseram que lhes tinha levado má sorte e contaminado a família.”

Desesperada, voltou a casa dos pais, que também lhe fecharam a porta e a mandaram ir viver com um vizinho mais velho, que precisava que lhe lavassem a roupa. Gladys tinha 21 anos e Robert Namungu mais 20. Passados meses, faziam vida de casados. Tudo correu bem até 2003, quando Mercy e Faith nasceram.

Os pais dele escorraçaram-na de casa, mas Robert acompanhou a mulher. Juntos, construíram uma barraca, onde viveram até Junho de 2005. Gladys tinha então encontrado trabalho numa escola, como cozinheira. Fora difícil. Na aldeia, onde lhe chamavam bruxa e a consideravam amaldiçoada, ninguém lhe queria falar ou tocar (se o faziam iam logo lavar-se), quanto mais dar-lhe emprego. O nascimento de mais dois gémeos, Carren e Ivy, deitou tudo a perder.
Expulsaram-nos da barraca, que tinham erguido no terreno da escola. Mesmo assim, Robert não a abandonou. Isso acabou por acontecer em 2007, quando Purpose e Swin nasceram. Cinco pares de gémeos eram de mais: “Vendeu a terra sem me dizer. Um dia chegaram os novos proprietários e tive de sair.”

Uma amiga deu-lhe abrigo numa aldeia das redondezas, onde começou a trabalhar numa leitaria, mas Robert procurou-a e ela voltou a engravidar. Quando Baraka e Praise nasceram, em Julho de 2010, já ela estava novamente sozinha e sem emprego. Nunca mais soube do marido, que nem conhece os filhos de 8 meses.

Com os cinco pares de gémeos, Gladys voltou a Nzoia. Construiu uma barraca, laqueou as trompas e hoje afirma que não quer saber “de homens nem de sexo”. Lavava roupa no rio para ganhar umas moedas e comprar milho. No mês passado, a água contaminada que bebia do rio provocou-lhe febre tifóide. “Todos me abandonaram menos Deus”, disse ao El Mundo. Estava enganada: depois de a reportagem ser publicada, foi acolhida num mosteiro perto da fronteira com o Uganda. É lá que vive, com os filhos. Pela primeira vez na vida dormem em camas.

06 May 2011

O Senhor do Adeus

Soube que ontem foi apresentado o Livro na Feira do Livro.
E bateu a saudade.

05 May 2011

Feeling old?

Maio

O calendário em Maio 'escolheu' a "Pedra Filosofal" do Gedeão.
Quase irónico nos dias que correm falar dos Sonhos e da Vida e do avançar e pular do mundo... mas isso é só porque como a maioria dos "tugas" sinto o coração apertado com o "estado da Nação"... mas o mundo é bem mais extenso que isso e as capacidades humanas também, certamente.

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.