Acordamos para um dia cinzento e para mais aumentos Troikianos que, mesmo que até admitamos ou queiramos mesmo admitir que todo este esforço vem para tentar melhorar uma situação de perigosa pobreza, a verdade é que as constantes medidas aplicadas vêm de qualquer forma oprimir os que já pouco têm, como sempre.
Mas para escrever sobre tristezas, mais vale nada escrever e deixar aqui o boteco na paz em que tem estado nos últimos tempos. (Não é por haver Paz aqui que a mesma está plena em mim, mas escrever sobre certos assuntos, ao invés do que era em outros tempos, tira-me a paz, por si só, pelo que outros meios se arranjam para fazer sair a inspiração que venha e/ou para a catarse)
O calendário de Agosto fala de Amor nas palavras de António Ramos Rosa.
Na presente conjuntura, feliz pode estar aquele que ao menos tem amor :o) (do sincero... que há por aí muita ilusão).
E diz ele assim:
Não posso adiar o amor
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.